Gerontologista: Profissional que Trabalha com o Estudo do Envelhecimento Humano e o Bem-Estar dos Idosos

Por Luciano Valadão

Imagem: Grok

No cenário atual, em que a expectativa de vida cresce e a população idosa se torna cada vez mais significativa, profissões voltadas ao cuidado e à qualidade de vida na terceira idade ganham destaque. Entre elas, está o gerontologista, um especialista ainda pouco conhecido no Brasil, mas cuja relevância só aumenta. Este profissional dedica-se ao estudo do envelhecimento humano em suas dimensões biológica, psicológica e social, além de criar projetos que promovam o bem-estar dos idosos. Neste artigo do Empregos Top Brasil, vamos explorar quem é o gerontologista, sua importância nos tempos atuais e no futuro, como se tornar um especialista nessa área e as perspectivas do mercado de trabalho.


O Que é um Gerontologista?

A gerontologia é a ciência que estuda o processo de envelhecimento humano de maneira ampla e multidisciplinar. Diferentemente da geriatria, que é uma especialidade médica focada no tratamento de doenças em idosos, a gerontologia abrange aspectos que vão além da saúde física, incluindo questões emocionais, sociais e até espirituais. O gerontologista, portanto, é o profissional que aplica esse conhecimento para entender as transformações que acompanham a idade avançada e propor soluções que garantam uma velhice saudável, ativa e digna.

Esse especialista pode atuar em diversas frentes: desde a prevenção de problemas comuns ao envelhecimento, como perda de mobilidade ou isolamento social, até a elaboração de políticas públicas e projetos que melhorem a qualidade de vida dos idosos. Ele trabalha em parceria com famílias, instituições e empresas, identificando as necessidades dessa população e promovendo ambientes e serviços adequados.


A Importância do Gerontologista Hoje e no Futuro

O Brasil, assim como muitos países, está vivendo um processo acelerado de envelhecimento populacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida no país atingiu 76,8 anos em 2020, e a projeção é que, até 2030, o número de idosos supere o de crianças e adolescentes. Esse cenário reflete avanços na medicina e mudanças sociais, como a redução das taxas de natalidade, mas também traz desafios: como garantir que essa longevidade venha acompanhada de qualidade de vida?

É aí que o gerontologista se torna essencial. Nos tempos atuais, ele já desempenha um papel crucial ao ajudar a sociedade a se adaptar a essa nova realidade demográfica. Por exemplo, o profissional pode orientar a criação de espaços acessíveis para idosos, desenvolver programas de inclusão social ou auxiliar famílias no cuidado de parentes mais velhos. Além disso, ele contribui para desmistificar o envelhecimento, combatendo preconceitos e promovendo uma visão positiva da terceira idade.

Olhando para o futuro, a importância dessa profissão só tende a crescer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2050, o mundo terá cerca de 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Esse aumento populacional demandará mais profissionais capacitados para atender às necessidades específicas dos idosos, seja na área da saúde, da assistência social ou da gestão de serviços. O gerontologista será peça-chave para garantir que o envelhecimento seja encarado como uma etapa natural e enriquecedora da vida, e não como um fardo.


Como se Tornar um Gerontologista?

Para quem deseja ingressar nessa carreira promissora, existem diferentes caminhos no Brasil, dependendo do nível de formação e dos objetivos profissionais. Confira as principais opções:

  1. Graduação em Gerontologia
    Algumas universidades brasileiras oferecem o curso de bacharelado em Gerontologia, como a Universidade de São Paulo (USP), que foi pioneira ao lançar a graduação em 2005, e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Com duração média de 4 anos, o curso inclui disciplinas como biologia do envelhecimento, psicologia, sociologia, políticas públicas e gestão de serviços para idosos, além de exigir estágio supervisionado. É uma formação completa para quem quer atuar diretamente na área desde o início da carreira.
  2. Tecnólogo em Gerontologia
    Outra opção é o curso superior de tecnologia, com duração de cerca de 2 anos, oferecido por instituições como a Unopar e a Unicesumar. Voltado para uma formação mais prática e rápida, prepara o profissional para atuar em equipes multidisciplinares, com foco em planejamento e execução de projetos para a terceira idade.
  3. Pós-Graduação em Gerontologia
    Profissionais já graduados em áreas como medicina, psicologia, fisioterapia, enfermagem ou serviço social podem optar por uma especialização em gerontologia. Cursos de pós-graduação, como os oferecidos pela Universidade Tiradentes (Unit) ou pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), duram em média 2 anos e aprofundam o conhecimento sobre o envelhecimento, capacitando o especialista para atuar em contextos específicos, como hospitais, clínicas ou consultorias.
  4. Certificações Profissionais
    Embora a profissão ainda esteja em processo de regulamentação no Brasil (um projeto de lei tramita no Congresso desde 2017), entidades como a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) oferecem títulos e certificações para profissionais que buscam se destacar na área. Para médicos, por exemplo, é possível combinar a residência em geriatria com estudos em gerontologia.

Independentemente do caminho escolhido, é fundamental buscar instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e investir em atualização contínua, já que a gerontologia é uma área em constante evolução.


Mercado de Trabalho para Gerontologistas

O mercado de trabalho para gerontologistas é amplo e diversificado, refletindo a natureza multidisciplinar da profissão. Alguns dos principais campos de atuação incluem:

  • Saúde: Hospitais, clínicas e unidades de atendimento domiciliar contratam gerontologistas para planejar cuidados integrais aos idosos, muitas vezes em parceria com médicos e outros profissionais.
  • Assistência Social: O profissional pode atuar em ONGs, instituições de longa permanência (como asilos) ou centros de convivência, promovendo atividades que estimulem a socialização e o bem-estar.
  • Gestão e Consultoria: Empresas e órgãos públicos buscam gerontologistas para desenvolver políticas de inclusão, adaptar ambientes e criar programas de qualidade de vida para idosos.
  • Pesquisa e Educação: Universidades e centros de pesquisa oferecem oportunidades para quem deseja estudar o envelhecimento e formar novos profissionais na área.
  • Empreendedorismo: Com a crescente demanda, muitos gerontologistas criam seus próprios negócios, como consultorias especializadas ou serviços de cuidado personalizado.

Em termos salariais, o gerontologista no Brasil tem uma média de R$ 2.600 a R$ 3.000 mensais, segundo dados de portais como o Guia da Carreira, mas esse valor pode chegar a mais de R$ 6.000 em cargos de gestão ou em regiões com alta demanda. A empregabilidade é favorecida pela escassez de profissionais qualificados, o que torna a área ainda mais atraente.


Por Que Investir Nessa Carreira?

Ser gerontologista é mais do que uma escolha profissional; é uma oportunidade de fazer a diferença em um mundo que envelhece rapidamente. A profissão combina empatia, conhecimento técnico e visão estratégica, sendo ideal para quem gosta de trabalhar com pessoas e tem interesse em promover mudanças sociais. Além disso, o crescimento contínuo da população idosa garante que a demanda por esses especialistas só aumente, oferecendo estabilidade e perspectivas de ascensão no mercado.

Se você está buscando uma carreira com propósito e futuro, a gerontologia pode ser o caminho certo. Invista em uma formação sólida, desenvolva habilidades como comunicação e trabalho em equipe, e prepare-se para contribuir com uma sociedade mais preparada para envelhecer bem. O Empregos Top Brasil acredita que profissões como essa são o alicerce para um mercado de trabalho mais humano e sustentável. Que tal começar a planejar seus próximos passos nessa área?


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